terça-feira, 30 de dezembro de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
Escola ensina, família educa?
“Educação
vem de casa.” Esse tipo de frase tem sido uma constante, na boca do povo, nos
compartilhamentos nas redes sociais, até mesmo por parte de educadores, mas
será esse um bom “argumento”? Esse tipo de pensamento me transmite a sensação
de Pilatos, a escola culpa a família e a família culpa a escola, ambas, porém,
lavam suas mãos e o destino dos jovens e crianças continuam entregues à sorte.
Se ausentar da responsabilidade seria mais fácil do que tentar promover projetos
que façam escola e comunidade trabalharem juntas pela educação?
A comunidade escolar não é homogenia,
entender isso é o primeiro passo para o desenvolvimento de ações que integrem
escola e comunidade. Pais, alunos,
professores e corpo escolar têm origens, crenças e criações diferentes, e o
erro, muitas vezes, está em querer homogeneizar essas relações. Como esperar
que um aluno renda na escola se ele não tem boa estrutura familiar, se o pai é
alcoólatra, o irmão é traficante e a mãe sofre de depressão (por exemplo)?
Indisciplina, violência, faltas
excessivas, desinteresse, problemas de comportamento e evasão escolar, são
exemplos de problemas enfrentados nas escolas, principalmente nas públicas,
esperar que os professores resolvam isso sozinho é leviano, mas em conjunto com
a família, mesmo que as mesmas obtenham dificuldades, é um bom caminho para
melhorar o desempenho escolar dos alunos e as relações sociais que os envolvem.
Para que essa inclusão aconteça, algumas
ações devem ser tomadas, o desenvolvimento pedagógico escolar deve apresentar
alternativas, como, por exemplo, a criação de uma APM – Associação de Pais e
Mestres, com intuito de integrar sociedade civil e sociedade escolar, pais,
alunos e professores tomando decisões em conjunto, em prol da escola. Só a
criação da associação não é garantia de integração, então, é importante que a
escola saia de sua zona de conforto e permita a participação da comunidade nas
tomadas de decisões. A escola pode promover atividades interativas, como jogos,
gincanas, festas, eventos e diversos projetos.
Comunidade escolar que participa, que se sente incluída, assume
responsabilidades e zela melhor da escola, além disso, esses tipos de
atividades proporcionariam maiores interações entre pais e filhos, fazendo
atividades juntos eles conhecem melhor suas relações e se sentem mais motivados
e unidos.
Outra ideia é a criação de um espaço
cultural, esse espaço seria dos alunos, nele, eles poderia expressar todo tipo
de arte e informação, eles seriam os próprios responsáveis pelo que nele seria
produzido e administrado, claro, que contando com o apoio dos professores e
diretoria, mas é importante que eles tenham autonomia nesse espaço, assim, além
deles poderem se expressar, trocar conhecimento e trabalhar diversos assuntos,
se sentiriam responsáveis por ele, e parte importante da escola, o que é fundamental
para o seu desenvolvimento e socialização.
A ideia é promover planos que despertem
o interesse dos alunos pela comunidade, e que promovam essa interação, como
mutirões do bem, jornal da escola, dias culturais, murais de notícias, atitudes
que estimulam o pensamento crítico, o olhar consciente e a cidadania, os alunos
não precisam de discursos, lições de moral e comparações, como “tal escola é
melhor que essa, vocês estão ficando para trás” “tais alunos são mais
interessados que vocês, vocês não são esforçados” tais afirmativas destroem a
autoestima desses alunos e em vez de incentivar acabam por frustrar e revoltar.
Levantar esse tema pode parecer utópico,
atitude típica de uma estudante de história, ainda não formada e não incluída
no cotidiano escolar, mas considero essas ações possíveis. Questionar, buscar,
inquietar-se com o “tradicional” ou o repetido, deixar de apenas reproduzir o
que já está sendo feito, devem ser constâncias não só nos novos e futuros
educadores, mas em todo o universo escolar e familiar. Essas atitudes serão
positivas para todos, e ações simples já fazem toda diferença, juntos, com uma
gestão democrática, e propostas pedagógicas que promovam o respeito
às diferenças, formaremos verdadeiros cidadãos.
Francyane Kristinny Lehmkuhl Fiocca
Texto escrito especialmente para o Jornal Voz, link para postagem original aqui
http://www.jornalvoznet.com.br/edicao506/politica_opiniao/politica_opiniao.html
domingo, 11 de maio de 2014
Ser mãe
Texto que eu fiz sobre o dia das mães que saiu no Jornal Voz:
Ser
mãe
“Ser mãe é dadiva de Deus”
“Ser mãe é algo especial, mágico e maravilhoso” “Gostaria de fazer uma
homenagem a melhor mãe do mundo, a minha mãe” Dia das mães é assim, mas veja bem,
ser mãe não é tão fácil, e dizer que sua mãe é especial nas redes sociais não à
torna especial, principalmente se ela nem sabe ligar um computador!
Não estou julgando ninguém, nem suas intenções, porém, fico aqui me lembrando do dia que soube que seria mãe, minha primeira reação foi medo, porque mesmo com um ano de casada, não era algo programado, foi um susto, mas após os primeiros dez minutos de insegurança tive êxtase de alegria. Como assim vou ser mãe? Sempre sonhei ser mãe, e agora serei, obrigada Deus! Gente, tem uma vida dentro de mim, uma vida que virá ao mundo e vou encher de amor... Opa, virá ao mundo? Mas como assim? Como o neném vai sair daqui de dentro? Ai Meu Deus, vai doer, e agora? Parto Normal ou Cesárea? E o bebê, será que tá bem? Será que é menino ou menina? Ai, não importa, vou amar do mesmo jeito! Vixe, tenho que comprar as roupinhas, arrumar o quarto... Não, não é exagero, ser mãe é esse turbilhão de emoções e muito mais, e o legal é que cada mãe tem uma história, tem mãe de primeira viagem, mãe experiente, mãe adolescente, mãe casada, mãe solteira, tem mãe que leva anos pra conseguir ser mãe até finalmente conseguir realizar seu sonho e outras que simplesmente abandonam seus filhos. Tem mãe que se torna mãe por amor, que não dá à luz ao seu filho, mas que dá a vida por ele. Tem mãezona disfarçada de tia, de madrinha, porque o único requisito pra ser mãe de verdade, é o amor, o zelo e a vontade de ensinar.
Daí vem aquela velha questão de que mãe é “superprotetora” não quer que os filhos sofram, e quer fazer as escolhas por eles. O problema é esse, generalizam o papel da mãe, a sociedade, a família, os amigos, a escola, e até nossos próprios filhos nos cobram muito. Todo mundo acha alguma coisa, quanto à criação dos filhos dos outros. Na prática somos uma inconstância, vivemos entre o amor incondicional e o nervosismo do dia a dia, nos culpamos por cada falha e queremos melhorar sempre.
E quanto a nossa mãe ser a melhor do mundo? Aprendi que mãe é paradoxal, a maioria vive se culpando e errando de novo, grita quando não precisa, fica nervosa, pega no pé, por vezes desconta suas frustrações nos filhos, sofre por tudo isso, cria expectativas demais, e no final só quer dar o seu melhor, só quer que os filhos sejam felizes e se realizem. Nesse sentido podemos ser sim as melhores mães no mundo de alguém, porque ser melhor não significa ser perfeita.
A vida nos obrigou a superar problemas, dividir nosso tempo, assumir responsabilidades, sem deixar de dar amor. Não entendo muito bem essa capacidade de acumular tantas coisas, deve ser realmente um dom. Mas dentre tantas características a única certeza é que nenhuma mãe é igual, cada uma desenvolve seus dons de uma forma. Pratico meu exercício de ser mãe me questionando sempre, procurando não colocar rótulos em mim e em outras mães, sem comparações e com respeito. Me policio, tento proteger sem sufocar, amar sem dominar, ensinar sem impor. Minha mãe me dizia que cada atitude que eu tivesse teria uma consequência, e só eu poderia responder por elas, na verdade eu sempre pude contar com o colo dela, mesmo que o colo tivesse puxões de orelha, acho que isso é exatamente o resumo do que é ser mãe, é esse amor capaz de orientar, exigir respeito e querer bem sem deixar de ser um porto seguro.
Link do jornal:
http://www.jornalvoznet.com.br/edicao496/saude_bem%20viver/saude_bem%20viver.html
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Das Conversas do Arthur
Arthur é o meu filho de 4 aninhos, as conversas com ele são sempre surpreendentes, pena que com o tempo a gente esquece, então melhor eu registrar algumas né?
Essa foi há mais ou menos um mês atrás, nós estávamos mudando de casa, e eu muito estressada com tudo, mudança dá trabalho, e criança não para quieta, além de te chamar toda hora, rsrsrs, eis que o Arthur estava numa bagunça danada, eu tentando organizar tudo e ele atrasando meu serviço:
- Arthur para quieto!
- Arthur não faz isso!
- Arthur sai do caminho!
- Arthur, agora eu não posso!
- Arthur arruma isso logo!
Daí eu paro, penso, e poxa ele é uma criança, acho que estou exigindo muito dele e descontando meu cansaço!
- Arthur vem cá!
-Que foi mamãe, o que eu fiz agora?
Ajoelho pra ficar na altura dele.
-Nada filho, eu só quero te pedir desculpas.
- Por que mamãe?
- Por eu estar tão chata e estressada, sabe filho, a mamãe tá muito cansada com a mudança, tem muita coisa pra arrumar, mas você não tem culpa disso, eu só quero pedir que você me ajude, fique bonzinho, não faça bagunça, e me dê um tempinho pra arrumar tudo, depois que tudo isso passar vou ter mais tempo pra você. Mamãe te ama!
- Ai mais você é uma bobinha mesmo, não tem problema né mamãe? Eu te amo de qualquer jeito, eu amo você do jeito que você é, até quando você tá brava, você é minha mamãe querida, minha linda do meu mundão!
Claro que eu comecei a chorar nesse momento e dei um abraço bem apertado nele, caramba ele quebrou minhas pernas, como que um baixinho desses pode nos dar tanto amor? Como pode mudar nossa vida assim e nos ensinar tanto? Sim, foram exatamente essas palavras que ele usou, e com um sorriso no rosto, ele é assim, ele me abraça, me beija, diz que sou linda maravilhosa e que me ama o dia todo, me chamou de bobinha, por causa do desenho da Peppa, a danada da Peppa tem mania de falar bobinho/ bobinha, rsrsrs... Que esse amor incondicional nunca acabe, e que eu saiba ser uma mãe melhor sempre!
domingo, 9 de março de 2014
Amizades Sociais
- Então Luana, como estava te falando sabe? Tá cada dia mais difícil suportar a Fabi!
- Mas como assim Amanda? Sempre vejo você curtindo e comentando tudo que ela posta no facebook, pensei que você gostava muito dela!
- Sabe como é né? Gosto de manter os inimigos pertos! Gosto de ver o que ela posta pra ver se está falando de mim, ela vive soltando indireta, certeza que é pra mim!
- Sei lá Amanda, indireta é algo complicado, você fala pra um e vários acabam se ofendendo! Como você pode ter certeza que foi pra você?
- Tenho certeza, esses dias teve um evento na empresa, fui com um vestido curto, sabe aquele laranja, que fica coladinho? Então... No outro dia, ela estava soltando indireta sobre pessoas que se acham muito gostosas e querem seduzir o tempo todo, quem ela pensa que é? Curti e comentei como se não fosse pra mim, só pra mostrar que não dou à mínima!
- Ah eu vi essa postagem,
mas será que foi mesmo pra você? E se foi não seria melhor se afastar?
- Lógico que não, beijo para as recalcadas bem, isso só me fortalece e mostra o quanto ela sente inveja de mim!
- Sei lá Amanda, mas você tirou várias fotos com ela na festa, até escreveu “minha amiga gata e poderosa” na legenda, pensei que estava tudo bem!
- Hahaha, mas Luana essa que é a graça, ela acha que eu não sei quem ela é, mas sei direitinho com quem me meto!
- Mas Amanda...
- Mas nada Luana, ai credo, você nem pra me apoiar, sei que você também não gosta dela, afinal ela entrou no seu lugar na empresa!
- Amanda eu me demiti e
indiquei ela, por que eu ficaria chateada com isso?
- Ah mas ela se adaptou
rápido, e todo mundo da empresa gosta dela, fala que você não fica com ciúmes?-Não fico, estou muito feliz
na empresa nova, estou realizada!
- Claro que está Amanda, bom tenho que ir, depois conversamos mais!
- Bom te ver Luanda, sucesso lá na empresa, até mais!
_________________________________________________
“Ah mas quem essa Amanda é
pra falar assim comigo, se acha, ela vai ver!”
- Oi Fabi, como foi o final
de semana? Vi suas fotos da viagem pra praia, tá linda hein?
- Rsrsrs, obrigada amiga, malhando bastante! E você aproveitou bem?
- Nossa foi ótimo, mas não te conto quem eu encontrei? A Amanda!
- Ah a Amanda, que saudades, faz tempo que não a vejo!
- Humpf, você devia era ter
cuidado com ela, quis falar mal de você, mas eu cortei!
- Como assim, mas por quê?
- Ah deixa pra lá, nem dei corda!
- Vamos tirar uma foto no elevador, adorei sua roupa, vamos registrar!
- Hahaha, também adorei essa
sua blusinha azul, ok, vamos!
Mais tarde no facebook:
“Foto com a minha amiga Fabi, linda, amizade verdadeira #BeijinhoNoOmbroParaAsRecalcadas”
sábado, 8 de março de 2014
Mulher "Sexo Frágil"
(Matéria sobre o dia da mulher publicada na versão impressa da edição 487 do Jornal Voz, como o site do jornal ainda não foi atualizado e quero que o texto saia no dia da mulher vou publicá-lo aqui, mas assim que sair o texto no site do jornal repasso o link aqui também.)
Mulher “sexo frágil”
O8
de março, dia internacional da mulher, vamos aproveitar a data para distribuir
botões de rosas, comprar presentes e acelerar o comércio, certo? Não, o dia da
mulher não foi criado pelo comércio, a história dessa data tem raízes nas
diversas batalhas que as mulheres tiveram que lutar para conseguir direitos de
igualdade.O primeiro Dia
Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória
ao protesto contra as más condições de trabalho das operárias de uma indústria
de têxtil em Nova York, na ocasião elas foram reprimidas e trancadas dentro da
fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas,
num ato totalmente desumano. No ano de 1910, durante uma conferência na
Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia
Internacional da Mulher", em homenagem a essas mulheres. Mas somente em 1975
a ONU designou o mesmo ano como o Ano Internacional da Mulher e, em
dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas como
celebração das conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
A história da
luta das mulheres é antiga, mas esse fato marcou a criação da data. Combate por
igualdade profissional e salarial, melhores condições de trabalho, direito ao
voto, ao divórcio, à educação igualitária e a faculdade, leis contra a
violência contra mulher e desigualdade de gêneros, lutas contra o preconceito e
machismo. Muito foi conquistado, muito está camuflado e ainda implícito na
sociedade. Até a própria
História foi escrita pelos homens, privilegiando “seus grandes feitos” numa
visão positivista e prevalentemente masculina, sem a participação feminina.
Somente com a criação da História das Mulheres elas conseguiram ser integradas
na história, mas de uma forma paralela, não integrada.
Como podemos
falar em igualdade entre gêneros sem uma história única e homogenia, mesmo com
suas particularidades? Como podemos falar que hoje existe igualdade entre sexos
se a mulher não pode ocupar o mesmo cargo que o homem ou ocupando não ganha o
mesmo? Se a mulher tem que se preocupar com a roupa que usa para não ser
estuprada ou violentada na rua? Se quando ela leva uma cantada nojenta, a culpa
é dela, “porque provocou”? Se corre o risco de ser assediada pelo próprio chefe
a qualquer momento e se conseguiu uma promoção, na cabeça dos outros é sempre
porque teve algo com algum superior, nunca porque mereceu? Se não tem direito
ao próprio corpo?
Existe sim uma
igualdade entre homens e mulheres, uma igualdade disfarçada, um preconceito
escondido, mas que ainda prevalece, e age nas entrelinhas. Por isso, sim, é muito
bom ganhar flores no dia das mulheres, muito bom se sentir amada, mas que essas
flores não representem sua fragilidade, porque não há fragilidade num sexo que
teve que lutar e luta diariamente para eliminar preconceitos tão presentes, mas
demagogicamente inexistentes.
Como podemos falar em igualdade entre gêneros sem uma história única e homogenia, mesmo com suas particularidades? Como podemos falar que hoje existe igualdade entre sexos se a mulher não pode ocupar o mesmo cargo que o homem ou ocupando não ganha o mesmo? Se a mulher tem que se preocupar com a roupa que usa para não ser estuprada ou violentada na rua? Se quando ela leva uma cantada nojenta, a culpa é dela, “porque provocou”? Se corre o risco de ser assediada pelo próprio chefe a qualquer momento e se conseguiu uma promoção, na cabeça dos outros é sempre porque teve algo com algum superior, nunca porque mereceu? Se não tem direito ao próprio corpo?
Existe sim uma igualdade entre homens e mulheres, uma igualdade disfarçada, um preconceito escondido, mas que ainda prevalece, e age nas entrelinhas. Por isso, sim, é muito bom ganhar flores no dia das mulheres, muito bom se sentir amada, mas que essas flores não representem sua fragilidade, porque não há fragilidade num sexo que teve que lutar e luta diariamente para eliminar preconceitos tão presentes, mas demagogicamente inexistentes.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
É preciso evoluir
É PRECISO EVOLUIR
“Eu sou assim e ponto” “nasci assim vou morrer assim” “se
quiser gostar de mim vai ser do jeito que sou, não vou mudar por nada, nem
ninguém”. O essencialismo acredita que o ser humano nasce com uma essência que
lhe é dada e determinada, que representa o real, cabe ao homem apenas
aperfeiçoar essa essência. Já o existencialismo acredita que a existência precede
a essência, ou seja, que nas relações entre o homem e o ambiente, entre o homem
e o próximo é construída essa essência.
Acredito que somos seres inacabados e que nos formamos
conforme o meio histórico, social, político e econômico que integramos,
discutir se a essência precede a existência ou o contrário não é a grande
questão, mas quais são as escolhas que fazemos em nossas vidas? Manter-nos rígidos a conceitos e pensamentos
muitas vezes pode parecer mais fácil, mas isso acaba afastando as pessoas, quem
quer discutir, trocar ideia com quem não está disposta a ouvir e tentar
entender o próximo?
Eu não nasci à pessoa que sou hoje, as pessoas que conheci,
os conceitos que estudei, os momentos que vivi e a forma como interagi com os
mesmos me moldou, alias me moldam, pois continuo em evolução, ah sim, evolução,
porque a busca é essa, evoluir, melhorar, eliminar preconceitos, ouvir,
aprender, estudar, trocar conhecimento. Uma vez disse que tinha medo de pessoas
imutáveis, que não via sentido na vida se não fosse a busca peça evolução
continua, a palavra medo está muito bem encaixada no que quero dizer, sim,
tenho medo, grandes ditadores, tiranos e absolutistas também pensavam assim,
são irredutíveis, as leis, as normas são feitas de acordo com sua vontade, é
mais fácil controlar o povo assim!
O que diferencia um ditador de uma pessoa comum é apenas o
círculo ao qual ela pertence e a forma como ela trata essa rigidez de
pensamento, mas quem está perto vai sentir essa imposição, vai ter que agir
conforme essa relação.
O essencialismo não me
remete só ao conformismo, muito fácil colocar a culpa numa predeterminação, mas
também ao individualismo, a pessoa não tem compromisso com o outro, só com ela
mesmo. Já o existencialismo, é a dúvida, a inquietação, o questionamento, o
construtivismo, a preocupação em evoluir. Jean-Paul Sartre (filósofo e crítico francês) acreditava
que, “ao assumir um compromisso com nossa própria existência, não o fazemos
individualmente, mas sim em um compromisso com toda a humanidade” ao ter a
liberdade de fazer suas próprias escolhas o homem tem o compromisso com o
outro, nesse sentido, relações sociais são fundamentais tanto no processo do
conhecimento quanto nas escolhas, e que as escolhas sejam sempre evolutivas!
Francyane Kristinny Lehmkuhl Fiocca
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Diálogo
- Oi Débora, tudo bem?
- Oi Samanta, que bom te ver, como estão às coisas, a
família, tudo bem?
- Tudo bem, nos mudamos, ficou sabendo?
- Não, que bom, onde estão morando agora?
- O Renato foi transferido para o interior, estamos morando
em Ribeirão Preto agora, estamos aqui só visitando a família essa semana, que
sorte te ver!
- Pois é, não tive mais notícias sua, e sua filha, a Carol,
está bem, deve estar uma mocinha!
- Está ótima, uma linda, já vai fazer cinco aninhos mês que
vem, se adaptou bem ao colégio ao novo, mas ficou muito triste porque tivemos
que doar o Mike, nosso cachorro lembra?
- Claro, ele era um sapeca, mas porque tiveram que doar?
- Tivemos que morar num apartamento menor, por enquanto não estamos
em condições de manter algo maior, levamos ele, mas ele não se adaptou, estava
ficando triste, até começou a cair os pelos, ele uma raça grande, que precisa
de espaço e atividades, o veterinário disse que era depressão, achamos melhor doar!
Tivemos sorte e encontramos uma família legal, com espaço e entregamos!
-Poxa Débora, sinto muito, deve ter sido bem triste, eu não
teria coragem de largar meus cachorros, eles são como filhos, tenho seis
acredita?
-Nossa é muita coisa, mas me conta, e você e o Thiago, já
estão casados há um tempo né? Quando vem o neném?
- Pois é, conversamos e achamos melhor não termos filhos,
nossos cachorros são nossa família e pra nós isso é suficiente!
-Mas como assim, nenhum filho?
- Foi nossa escolha, ai Débora olha a hora correu, estou
atrasada para um compromisso, depois nos falamos com calma, bom te ver!
- Claro Samanta, toma o meu cartão com meu número, depois me
liga, não vamos perder contato hein?
- Claro Débora, ligo sim, mas agora eu vou correr, manda um
abraço para o Renato e a Carol!
- Pode deixar, abraço outro pro
Thiago!
- Oi amor, cheguei, você não vai acreditar com quem
encontrei, por acaso, hoje?
- Oi querida, com quem?
- Com a Samanta, esposa do Thiago, lembra?
- Claro, aquele pessoal bacana do Clube, eles estão bem?
- Sim, parece que sim, mas você não vai acreditar... Acredita
que ela disse que eles não querem ter filhos? Um casal novo, saudável, com boas
condições financeiras, poderiam dar tudo de melhor para uma criança e não
querem. Ela disse que a família dela são os cachorros!
- Tem gente que não valoriza o que tem né?
- Com certeza, e assim que toquei no assunto ela foi embora,
deixei meu número com ela, mas duvido que me ligue!
- Ah, deixa isso pra lá, está na hora de levar a Carol na
casa nova do Mike, prometemos levá-la pra matar a saudade lembra? Que bom que a
família nova dele nos deixa visitar né?
- Mas claro né Renato, até parece que íamos doar nosso cão,
que tanto gostamos, para qualquer um! Eles são ótimos, e o Mike está feliz com
eles, tenho certeza que a Carol vai se sentir melhor quando ver ele tão bem!
Vamos?
- Só vou pegar a Carol e
partimos!
- Oi Thiago, tudo bem querido?
-Oi minha linda, tudo ótimo, ah comprei a ração que estava
faltando, nossos filhos estão dando gasto hein?
- Muito, mas vale a pena!
-Ah deixa eu te contar, encontrei com a Débora, esposa do
Renato hoje, eles se mudaram sabia?
- Por isso eles sumiram do clube então, onde eles estão
morando?
- Em Ribeirão Preto, parece que ele foi transferido, mas
fiquei chateada com algo que ela me contou! Acredita que ela abandonou o
cachorro deles porque não tinha lugar pra ele no apartamento novo? Fico muito
revoltada com essas coisas, cachorro não é objeto pra doar assim quando quer!
- Agora eu não entendi Samanta, você disse que eles
abandonaram, depois que doaram, como assim?
- É eles doaram, porque não estão com condições de morar num
lugar maior agora, e ele não se adaptou ao apartamento pequeno, estava ficando
doente, mas como assim? Davam um jeito, não concordo com isso!
- Mas não tem como a gente saber Samanta, deixa pra lá! Você
está se esquecendo que hoje é o dia da visita ao orfanato, os brinquedos já
estão no carro pra gente levar!
- Claro, vim correndo por causa disso, vamos logo então,
estou morrendo de saudades dos nossos pequenos, eles renovam minhas energias!
- As minhas também, sabe, eu amo a nossa vida amor!
- Eu também amo meu querido, então vamos correr!
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
O Primeiro Dia de Aula
O assunto escolinha não era novidade
na família de Marcelo, sua mãe Marina, seu pai Eduardo, os avós e até os tios e
tias sempre conversavam sobre isso, sobre como seria importante pra ele, das
coisas legais que ele ia fazer, as novas amizades, o tanto que ia aprender.
Marcelo mal podia esperar!
Ele dizia: “Mamãe to doidinho pra ir
pra escola!”. O tempo passou e finalmente chegou a hora de escolher. Precisavam
pensar em tudo: a que oferece um bom ensino, que tivesse boas referências, bom
preço e que não fosse muito longe de casa. Tiveram sorte e conseguiram uma como
imaginavam, a família estava feliz, mas a expectativa de todos só aumentava.
“Como ele vai reagir? Será que vai ficar bem sozinho? Será que vai chorar,
sentir minha falta?”, pensava a mãe.
De repente, a tranquilidade de
Marcelo foi mudando, e ao ser perguntado sobre a escolinha, ele começou a
reagir com insegurança:
- Mas mamãe, e se eu não gostar dos
coleguinhas? E se eles não gostarem de mim?
- Imagina Marcelo, você é uma criança
querida, faz amizade fácil, vai dar tudo certo, e se alguma coisa acontecer me
conte, você vai poder contar comigo sempre! Respondia a mãe.
- Mas sabe mamãe acho que gosto mais
da minha casinha. Aqui é legal, tem tudo que eu gosto, meus brinquedinhos, meus
desenhos na TV e você!
- Eu entendo filho, eu também gosto
de ter você aqui, mas lá também tem muitas coisas legais, coisas que você só
vai descobrir o quanto são legais se for!
- Tá bom mamãe, eu vou tentar! - a
voz ainda insegura.
Mas a criatividade do garoto foi
crescendo.
- Mamãe, estava pensando: e se lá na
escolinha tiver muitos Marcelos, e quando você for me buscar levar o Marcelo
errado pra casa? Eu vou ficar triste!
- Hahaha, imagina meu filho, a mamãe
nunca te trocaria por outro, você é meu filho lindo e amado e jamais te
confundiria, fica tranquilo!
Só que a insegurança de Marcelo
começou a contaminar Marina.
- Sabe filho, vou sentir muita falta
de você aqui!
Pronto, era o que faltava para que o
menino desse seu golpe final.
- Mas mamãe, não sei se consigo ficar
sem você, não quero ir pra escolinha!
Marina conversou com o marido e
percebeu que sua segurança era fundamental para a tranquilidade do filho. Eles
passaram a dizer apenas frases de incentivo, procuraram falar menos sobre a
escolinha, entenderam que falar muito sobre isso só o deixava mais ansioso.
E a tática funcionou, tanto que, no
grande dia, no primeiro dia de aula, Marcelo acordou animado, dizendo
novamente:
- Mamãe to doidinho pra ir pra
escola!
- Eba Marcelo, que bom, e hoje você
vai, chegou a hora!
Marina tinha acordado mais cedo pra
preparar tudo com calma, deu o almoço, o banho e lhe colocou o uniforme.
Tiraram fotos dele com a mochilinha nas costas e lá se foram...
As dúvidas voltaram a sua cabeça
durante o pequeno trajeto. No fundo, havia a necessidade de se sentir
importante para o filho “Mas e se ele não chorar? Será que ele não se importa
de ficar longe de mim?”.
Chegando à escolinha, Marcelo subiu a
pequena escada confiante, deu de cara com a diretora recebendo os novos alunos
na porta e já foi logo dizendo com um sorriso no rosto:
- Cheguei pro meu primeiro dia de
aula, minha mamãe veio me trazer!
Entrou sem se despedir, a mãe
carregando sua mochila veio atrás, encontraram a professora e ele já ia
entrando na sala quando a professora disse:
- Dá tchau pra mamãe!
Ele voltou, tascou-lhe um abraço e um
beijo, encostou sua bochecha para que ela o beija-se também e seguiu pra
salinha.
A mãe foi embora pensativa e confusa.
Por um lado estava feliz por ele ter ficado tranquilo, sem choro, sem manha.
Por outro, um pouco decepcionada “Como assim não se preocupou nem em se
despedir? Nem uma palavra pra dizer que sentiria minha falta?”.
No horário combinado o buscou, a
professora disse que ele havia ficado muito bem, que não chorou, nem perguntou
por ela, comeu todo lanche e estava ótimo, ela o abraçou e foram caminhando pra
casa. Então ele disse:
- Sabe mamãe, eu adorei a escolinha,
mas eu senti sua falta!
- Também senti sua falta, mas que bom
que você gostou da escola, amanhã tem mais!
Marina percebeu que ela sempre seria
sua mãe querida, mas que era hora dele andar sozinho, que o fato dele começar a
ter independência não a anulava como mãe. Ela e Eduardo, que adorou ouvir toda
a história do primeiro dia de aula quando chegou do trabalho, sabiam que
estaria presentes na criação e educação do seu amado filho pra sempre!
Por que eu fiz um blogger?
Por que eu fiz um blogger?
Escrevo o motivo sim ou não? Preciso me justificar? Ai ai ai
, não sei, rsrsrs! Na verdade, como não entendo nada de blogs, vou fazer do meu
jeito mesmo! E poxa, quero que vocês entendam sobre o que o blogger é, e sobre
o que pretendo falar, justo né?
Sempre gostei de escrever, considero a escrita uma
oportunidade de pesquisa, de colocar os pensamentos em ordem e aprender algo
novo, o blogger vai me ajudar muito nesse sentindo, quero aprender bastante com
ele! Ah, e que bom se alguém ler né? Isso é um ótimo incentivo!
Hum, e quanto ao que vão encontrar? Um pouco de cada coisa,
por isso o nome, “Pensamentos Cotidianos”. Dúvidas, questionamentos,
experiências, histórias, contos, tudo que me inspire, me provoque, me faça
pensar são matéria prima para os meus textos ou algum outro tipo de post.
Sou estudante de história, com certeza vai ter muito sobre
isso aqui, gosto de acompanhar os noticiários e as redes sociais, “hum, aí vem
mais do mesmo”, talvez, ou não, quem sabe? Além disso, sou mãe, amiga, esposa,
irmã, filha, rsrs, devo escrever sobre essas convivências também, sei lá, pode
surgir de tudo...
É isso, o objetivo é postar pelo menos uma vez por semana,
mas espero que seja muito mais, se ler me diga o que achou, quero muito esse feedback,
e logo já sai o próxima, na verdade o primeiro post de verdade, ebaaa!
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