quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

É preciso evoluir


É PRECISO EVOLUIR
“Eu sou assim e ponto” “nasci assim vou morrer assim” “se quiser gostar de mim vai ser do jeito que sou, não vou mudar por nada, nem ninguém”. O essencialismo acredita que o ser humano nasce com uma essência que lhe é dada e determinada, que representa o real, cabe ao homem apenas aperfeiçoar essa essência. Já o existencialismo acredita que a existência precede a essência, ou seja, que nas relações entre o homem e o ambiente, entre o homem e o próximo é construída essa essência.

Acredito que somos seres inacabados e que nos formamos conforme o meio histórico, social, político e econômico que integramos, discutir se a essência precede a existência ou o contrário não é a grande questão, mas quais são as escolhas que fazemos em nossas vidas?  Manter-nos rígidos a conceitos e pensamentos muitas vezes pode parecer mais fácil, mas isso acaba afastando as pessoas, quem quer discutir, trocar ideia com quem não está disposta a ouvir e tentar entender o próximo?

Eu não nasci à pessoa que sou hoje, as pessoas que conheci, os conceitos que estudei, os momentos que vivi e a forma como interagi com os mesmos me moldou, alias me moldam, pois continuo em evolução, ah sim, evolução, porque a busca é essa, evoluir, melhorar, eliminar preconceitos, ouvir, aprender, estudar, trocar conhecimento. Uma vez disse que tinha medo de pessoas imutáveis, que não via sentido na vida se não fosse a busca peça evolução continua, a palavra medo está muito bem encaixada no que quero dizer, sim, tenho medo, grandes ditadores, tiranos e absolutistas também pensavam assim, são irredutíveis, as leis, as normas são feitas de acordo com sua vontade, é mais fácil controlar o povo assim! 

O que diferencia um ditador de uma pessoa comum é apenas o círculo ao qual ela pertence e a forma como ela trata essa rigidez de pensamento, mas quem está perto vai sentir essa imposição, vai ter que agir conforme essa relação.

O essencialismo não me remete só ao conformismo, muito fácil colocar a culpa numa predeterminação, mas também ao individualismo, a pessoa não tem compromisso com o outro, só com ela mesmo. Já o existencialismo, é a dúvida, a inquietação, o questionamento, o construtivismo, a preocupação em evoluir. Jean-Paul Sartre (filósofo e crítico francês) acreditava que, “ao assumir um compromisso com nossa própria existência, não o fazemos individualmente, mas sim em um compromisso com toda a humanidade” ao ter a liberdade de fazer suas próprias escolhas o homem tem o compromisso com o outro, nesse sentido, relações sociais são fundamentais tanto no processo do conhecimento quanto nas escolhas, e que as escolhas sejam sempre evolutivas!

Francyane Kristinny Lehmkuhl Fiocca







domingo, 16 de fevereiro de 2014

Diálogo

- Oi Débora, tudo bem?
- Oi Samanta, que bom te ver, como estão às coisas, a família, tudo bem?
- Tudo bem, nos mudamos, ficou sabendo?
- Não, que bom, onde estão morando agora?
- O Renato foi transferido para o interior, estamos morando em Ribeirão Preto agora, estamos aqui só visitando a família essa semana, que sorte te ver!
- Pois é, não tive mais notícias sua, e sua filha, a Carol, está bem, deve estar uma mocinha!
- Está ótima, uma linda, já vai fazer cinco aninhos mês que vem, se adaptou bem ao colégio ao novo, mas ficou muito triste porque tivemos que doar o Mike, nosso cachorro lembra?
- Claro, ele era um sapeca, mas porque tiveram que doar?
- Tivemos que morar num apartamento menor, por enquanto não estamos em condições de manter algo maior, levamos ele, mas ele não se adaptou, estava ficando triste, até começou a cair os pelos, ele uma raça grande, que precisa de espaço e atividades, o veterinário disse que era depressão, achamos melhor doar! Tivemos sorte e encontramos uma família legal, com espaço e entregamos!
-Poxa Débora, sinto muito, deve ter sido bem triste, eu não teria coragem de largar meus cachorros, eles são como filhos, tenho seis acredita?
-Nossa é muita coisa, mas me conta, e você e o Thiago, já estão casados há um tempo né? Quando vem o neném?
- Pois é, conversamos e achamos melhor não termos filhos, nossos cachorros são nossa família e pra nós isso é suficiente!
-Mas como assim, nenhum filho?
- Foi nossa escolha, ai Débora olha a hora correu, estou atrasada para um compromisso, depois nos falamos com calma, bom te ver!
- Claro Samanta, toma o meu cartão com meu número, depois me liga, não vamos perder contato hein?
- Claro Débora, ligo sim, mas agora eu vou correr, manda um abraço para o Renato e a Carol!
- Pode deixar, abraço outro pro Thiago!
- Oi amor, cheguei, você não vai acreditar com quem encontrei, por acaso, hoje?
- Oi querida, com quem?
- Com a Samanta, esposa do Thiago, lembra?
- Claro, aquele pessoal bacana do Clube, eles estão bem?
- Sim, parece que sim, mas você não vai acreditar... Acredita que ela disse que eles não querem ter filhos? Um casal novo, saudável, com boas condições financeiras, poderiam dar tudo de melhor para uma criança e não querem. Ela disse que a família dela são os cachorros!
- Tem gente que não valoriza o que tem né?
- Com certeza, e assim que toquei no assunto ela foi embora, deixei meu número com ela, mas duvido que me ligue!
- Ah, deixa isso pra lá, está na hora de levar a Carol na casa nova do Mike, prometemos levá-la pra matar a saudade lembra? Que bom que a família nova dele nos deixa visitar né?
- Mas claro né Renato, até parece que íamos doar nosso cão, que tanto gostamos, para qualquer um! Eles são ótimos, e o Mike está feliz com eles, tenho certeza que a Carol vai se sentir melhor quando ver ele tão bem! Vamos?
- Só vou pegar a Carol e partimos!
- Oi Thiago, tudo bem querido?
-Oi minha linda, tudo ótimo, ah comprei a ração que estava faltando, nossos filhos estão dando gasto hein?
- Muito, mas vale a pena!
-Ah deixa eu te contar, encontrei com a Débora, esposa do Renato hoje, eles se mudaram sabia?
- Por isso eles sumiram do clube então, onde eles estão morando?
- Em Ribeirão Preto, parece que ele foi transferido, mas fiquei chateada com algo que ela me contou! Acredita que ela abandonou o cachorro deles porque não tinha lugar pra ele no apartamento novo? Fico muito revoltada com essas coisas, cachorro não é objeto pra doar assim quando quer!
- Agora eu não entendi Samanta, você disse que eles abandonaram, depois que doaram, como assim?
- É eles doaram, porque não estão com condições de morar num lugar maior agora, e ele não se adaptou ao apartamento pequeno, estava ficando doente, mas como assim? Davam um jeito, não concordo com isso!
- Mas não tem como a gente saber Samanta, deixa pra lá! Você está se esquecendo que hoje é o dia da visita ao orfanato, os brinquedos já estão no carro pra gente levar!
- Claro, vim correndo por causa disso, vamos logo então, estou morrendo de saudades dos nossos pequenos, eles renovam minhas energias!
- As minhas também, sabe, eu amo a nossa vida amor!

- Eu também amo meu querido, então vamos correr!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O Primeiro Dia de Aula


O assunto escolinha não era novidade na família de Marcelo, sua mãe Marina, seu pai Eduardo, os avós e até os tios e tias sempre conversavam sobre isso, sobre como seria importante pra ele, das coisas legais que ele ia fazer, as novas amizades, o tanto que ia aprender. Marcelo mal podia esperar!

Ele dizia: “Mamãe to doidinho pra ir pra escola!”. O tempo passou e finalmente chegou a hora de escolher. Precisavam pensar em tudo: a que oferece um bom ensino, que tivesse boas referências, bom preço e que não fosse muito longe de casa. Tiveram sorte e conseguiram uma como imaginavam, a família estava feliz, mas a expectativa de todos só aumentava. “Como ele vai reagir? Será que vai ficar bem sozinho? Será que vai chorar, sentir minha falta?”, pensava a mãe.

De repente, a tranquilidade de Marcelo foi mudando, e ao ser perguntado sobre a escolinha, ele começou a reagir com insegurança:

- Mas mamãe, e se eu não gostar dos coleguinhas? E se eles não gostarem de mim?

- Imagina Marcelo, você é uma criança querida, faz amizade fácil, vai dar tudo certo, e se alguma coisa acontecer me conte, você vai poder contar comigo sempre! Respondia a mãe.

- Mas sabe mamãe acho que gosto mais da minha casinha. Aqui é legal, tem tudo que eu gosto, meus brinquedinhos, meus desenhos na TV e você!

- Eu entendo filho, eu também gosto de ter você aqui, mas lá também tem muitas coisas legais, coisas que você só vai descobrir o quanto são legais se for!

- Tá bom mamãe, eu vou tentar! - a voz ainda insegura.

Mas a criatividade do garoto foi crescendo.

- Mamãe, estava pensando: e se lá na escolinha tiver muitos Marcelos, e quando você for me buscar levar o Marcelo errado pra casa? Eu vou ficar triste!

- Hahaha, imagina meu filho, a mamãe nunca te trocaria por outro, você é meu filho lindo e amado e jamais te confundiria, fica tranquilo!

Só que a insegurança de Marcelo começou a contaminar Marina.

- Sabe filho, vou sentir muita falta de você aqui!

Pronto, era o que faltava para que o menino desse seu golpe final. 

- Mas mamãe, não sei se consigo ficar sem você, não quero ir pra escolinha!

Marina conversou com o marido e percebeu que sua segurança era fundamental para a tranquilidade do filho. Eles passaram a dizer apenas frases de incentivo, procuraram falar menos sobre a escolinha, entenderam que falar muito sobre isso só o deixava mais ansioso.

E a tática funcionou, tanto que, no grande dia, no primeiro dia de aula, Marcelo acordou animado, dizendo novamente:

- Mamãe to doidinho pra ir pra escola!

- Eba Marcelo, que bom, e hoje você vai, chegou a hora!

Marina tinha acordado mais cedo pra preparar tudo com calma, deu o almoço, o banho e lhe colocou o uniforme. Tiraram fotos dele com a mochilinha nas costas e lá se foram...

As dúvidas voltaram a sua cabeça durante o pequeno trajeto. No fundo, havia a necessidade de se sentir importante para o filho “Mas e se ele não chorar? Será que ele não se importa de ficar longe de mim?”.

Chegando à escolinha, Marcelo subiu a pequena escada confiante, deu de cara com a diretora recebendo os novos alunos na porta e já foi logo dizendo com um sorriso no rosto:

- Cheguei pro meu primeiro dia de aula, minha mamãe veio me trazer!

Entrou sem se despedir, a mãe carregando sua mochila veio atrás, encontraram a professora e ele já ia entrando na sala quando a professora disse:

- Dá tchau pra mamãe!

Ele voltou, tascou-lhe um abraço e um beijo, encostou sua bochecha para que ela o beija-se também e seguiu pra salinha.

A mãe foi embora pensativa e confusa. Por um lado estava feliz por ele ter ficado tranquilo, sem choro, sem manha. Por outro, um pouco decepcionada “Como assim não se preocupou nem em se despedir? Nem uma palavra pra dizer que sentiria minha falta?”.

No horário combinado o buscou, a professora disse que ele havia ficado muito bem, que não chorou, nem perguntou por ela, comeu todo lanche e estava ótimo, ela o abraçou e foram caminhando pra casa. Então ele disse:

- Sabe mamãe, eu adorei a escolinha, mas eu senti sua falta!

- Também senti sua falta, mas que bom que você gostou da escola, amanhã tem mais!

Marina percebeu que ela sempre seria sua mãe querida, mas que era hora dele andar sozinho, que o fato dele começar a ter independência não a anulava como mãe. Ela e Eduardo, que adorou ouvir toda a história do primeiro dia de aula quando chegou do trabalho, sabiam que estaria presentes na criação e educação do seu amado filho pra sempre! 


Por que eu fiz um blogger?

Por que eu fiz um blogger?

Escrevo o motivo sim ou não? Preciso me justificar? Ai ai ai , não sei, rsrsrs! Na verdade, como não entendo nada de blogs, vou fazer do meu jeito mesmo! E poxa, quero que vocês entendam sobre o que o blogger é, e sobre o que pretendo falar, justo né?

Sempre gostei de escrever, considero a escrita uma oportunidade de pesquisa, de colocar os pensamentos em ordem e aprender algo novo, o blogger vai me ajudar muito nesse sentindo, quero aprender bastante com ele! Ah, e que bom se alguém ler né? Isso é um ótimo incentivo!

Hum, e quanto ao que vão encontrar? Um pouco de cada coisa, por isso o nome, “Pensamentos Cotidianos”. Dúvidas, questionamentos, experiências, histórias, contos, tudo que me inspire, me provoque, me faça pensar são matéria prima para os meus textos ou algum outro tipo de post.

Sou estudante de história, com certeza vai ter muito sobre isso aqui, gosto de acompanhar os noticiários e as redes sociais, “hum, aí vem mais do mesmo”, talvez, ou não, quem sabe? Além disso, sou mãe, amiga, esposa, irmã, filha, rsrs, devo escrever sobre essas convivências também, sei lá, pode surgir de tudo...  

É isso, o objetivo é postar pelo menos uma vez por semana, mas espero que seja muito mais, se ler me diga o que achou, quero muito esse feedback, e logo já sai o próxima, na verdade o primeiro post de verdade, ebaaa!